Por: Eliana Rezende
É usual abrirmos sites e portais e vermos que as ofertas mais comuns são de soluções. Palavra que de tão utilizada parece esvaziar-se de seu sentido real.
A primeira pergunta que nos deve ocorrer é: mas afinal, o que significa oferecer uma Solução? No que ela se diferencia de uma Ferramenta? E como elas se relacionam com Tecnologia e Gestão de Informação?
A grande questão em geral, quer para clientes e muitas vezes para vários profissionais, é não saber ou perceber o que diferencia Solução de Ferramenta. Fala-se de ambas como se fossem sinônimas ou equivalentes uma da outra. Por isso, creio que o melhor a fazer é esclarecer cada uma delas e de que forma elas aparecem no contexto do trabalho que desenvolvo na área de Gestão da Informação.
Se nos reportarmos ao dicionário Ferramenta significa:
“(…) Qualquer instrumento que se use para a realização de um trabalho (…)”
Ao mesmo tempo, Solução é definida como:
“(…) Do latim solutĭo, tem duas grandes acepções. Por um lado, trata-se da ação e do efeito de resolver uma dificuldade ou uma dúvida. Por outro, a ação e o efeito de dissolver.
No primeiro caso, a solução supõe a satisfação de uma preocupação ou a razão com que se desbloqueia um problema.
Solucionar algo consiste, portanto, em resolver o mesmo ou dá-lo por concluído.
A Solução seria então, aquilo que termina ou encerra um assunto ou uma situação = conclusão, desfecho, desenlace, termo (…)”
Se no dicionário encontramos esta diferença tão bem marcada, como ela fica quando tais Soluções são pensadas por profissionais da Informação?
Sumariamente, diria que a Ferramenta é sempre pensada para ser simples, barata e de aplicação pontual e restrita. Depende só de você fazê-la funcionar.
Serve a uma determinada função e praticamente se encerra em si mesma. Por sua simplicidade e facilidade de aplicação tende a ser barata e tem resultados rápidos e bem mais limitados. Não adianta dourar a pílula: ferramenta tem valor restrito exatamente por possuir alcance igualmente restrito.
Isso em si não é um defeito, ou problema.
A ferramenta nasce da demanda pontual e busca atender esta, no menor tempo possível e com os melhores resultados possíveis, dentro deste universo.
A Solução por sua vez, possui um alcance muito maior, e tem como principal característica trazer uma nova concepção ou forma de realizar um trabalho ou processo. Sua complexidade está em ter que ser muito mais inter e transdisciplinar, movimentando áreas diversas. As Soluções acontecem no tempo e a partir de muito estudo, análise e customização entre demandas, necessidades e possibilidades. É enfim, uma nova maneira de fazer ou gerenciar fluxos de trabalho.
Em geral, a Solução depende de muitos e em alguns casos, como nos trabalhos que desenvolvo, requerem uma mudança de cultura organizacional.
Nos dois casos, tanto para Ferramentas como para Soluções, a Tecnologia poderá estar presente. Mas ela não será determinante ou exclusiva num ou noutro caso.
Um exemplo que gosto de citar é um dos resultados do trabalho que desenvolvi de implantação de Gestão Documental junto ao Município de Curitiba em 32 Secretarias de Governo. Se acompanhar no gráfico abaixo verá que o atendimento ao usuário que levava inicialmente 40 dias para ser feito, ao final de apenas dois anos de trabalho passou a ser desenvolvido em apenas 3 minutos a partir da demanda inicial. O que significa dizer que no mesmo período de tempo inicial (40 dias), poderiam ser atendidos 19.200 cidadãos (a 3 minutos cada).
Daí a minha afirmação de que Ferramentas e Tecnologias sozinhas nada fazem se não houver por trás um trabalho de elaboração de uma Solução! E mais: não há Soluções que sejam únicas ou definitivas! Cada cliente, e cada demanda, necessitará de estudo e soluções diversas. Portanto, deduz-se que não existem receitas prontas!
Cada caso é um caso.
Por isso, que em muitos casos Ferramentas transformam-se, paradoxalmente em fonte de problemas e dificuldades de várias ordens. Isso porque são pensadas em atacado. Como se todos os clientes tivessem o mesmo problema e portanto, a ferramenta serviria a todos.
Diante de todo o exposto, cada vez mais foi ficando claro para mim que a ER Consultoria trabalharia para oferecer Soluções aos clientes, mas não aquelas vendidas e consumidas como mágica. Seriam Soluções que, de fato, pudessem fazer com que os clientes tivessem atendidas suas demandas em relação ao trato da informação e todas suas conexões possíveis, de acordo com uma metodologia que desenvolvi.
Tal metodologia própria de trabalho procura integrar Gestão de Informação e Memória Institucional com vistas à produção de Conhecimento e Inovação.
Uma perspectiva multidisciplinar e holística, que prima pelo trato da informação em todas as suas dimensões: produção, armazenamento, circulação, disponibilização e preservação, com vistas ao fortalecimento da Identidade Institucional.
O fim último de todo o trabalho interdisciplinar é a produção de Conhecimento e Inovação para as organizações.
De que forma isso se daria?
Sinteticamente diria que este tripé é composto por Consultoria, que analisa e https://www.eliana-rezende.com.br/consultoria/propõe soluções, Assessoria Técnica que além de analisar, acompanha a implementação das soluções propostas, e a Capacitação que cria condições para governança e replicação de conhecimentos internos, pós assessorias.
Uma sangria que as organizações simplesmente não podem dar-se ao luxo de possuir.
A área de concentração da ER Consultoria que é a Gestão de Informação e Memória Institucional é técnica e bastante especializada, muitas vezes desconhecida pelos próprios clientes que detêm acervos e necessidades. Em muitos casos, nos chegam sem ter claro o que de fato necessitam. Na maior parte das vezes buscam alternativas para apenas um problema específico final e não enxergam a complexidade por trás de sua solicitação, ou mesmo as possibilidades e potencialidades que seu projeto tem.
Casos podem ser citados a partir de meu portfólio de trabalho, que os convido a conhecer, clicando na figura abaixo:
Observe que as modalidades de Projetos desenvolvidos foram assentados exatamente no tripé Assessoria Técnica, Consultoria e Capacitações. E mais: a maior concentração nestes cases está justamente na Assessoria Técnica – com uma forte atuação da ER Consultoria em todos os processos.
O que é certo e objetivo último de todo este trabalho é garantir que as Soluções da ER Consultoria possam capacitar/emancipar funcionários e empresas a seguir aplicando todo o conjunto de praticas e técnicas adquiridos no decurso de execução de seus projetos por meio do tripé acima descrito.
Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer.
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Oi amiga Eliana, saudades !!!
Perfeita a sua colocação – como sempre.
Sem querer me estender muito, mesmo que sobre uma bancada tenhamos as mesmas ferramentas limpas, afiadas, dispostas adequadamente e prontas para uso, existem os “Gepetos” que de forma única e com muita inspiração geram seus Pinóquios, e os “Jepetus” sem a mesma desenvoltura acabam produzindo “umas coisas”, uns “Pinókios” com farpas e muitas imperfeições.
“A fool with a tool is still a fool”.
E… de forma semelhante existem SOLUÇÕES e çolussões
Abraços.
Rui Natal
Que saudades desses dois maravilhosos amigos de facebook . As considerações de ambos sobre o tema são perfeitas, e não consigo entender como há pessoas que não sabem fazer as diferenças. Desconhecia a expressão “A fool with a tool is still a fool”, estarei usando-a. Abraços saudosos à Eliane e ao Rui Natal.
Oi Francis, oi Eliana. Que saudade daqueles nossos papos. Pois é… que cabeça a minha… Eu nem lembrava que havia escrito isso. Essa cabecinha de 68 anos deve estar começando a falsear. Também ela ainda não parou um minuto. Um grande beijo para minhas grandes amigas.
Nestes dias atrás estive lendo uma matéria sobre a HP lançar oficialmente o DaaS (Device-as-a-Service) e me chamou a atenção pois vinha lendo, em vários outros locais, sobre o uso de ferramentas e soluções de uma perspectiva mais sistêmica. O que temos discutido já em vários níveis, de desenvolvimento até encadeamento de processos. E, quantas vezes temos saído de reuniões de trabalho pensando: “compraram/implementaram ferramenta travestida de solução”.
Eis o tipo do texto que muito gestor deveria ler antes de decidir-se seguir a onda (fad) tecnológica do momento. Como bem diz o Rui (olá, amigão!): “(…) existem os Gepetos e os Jepetus (…)”.
Abs
LionelC
24x7x4x12x>20+n!
Ol@ Escola Legal….
Muito grata pelo compartilhamento que fizeram do meu post. Agradeço muitíssimo a divulgação, pois enriquece o debate. Abs e voltem sempre!