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O Valor do Conteúdo: uma reflexão

Por: Eliana Rezende Bethancourt

A questão da produção, circulação e valor do conteúdo em ambientes digitais é um tema que interessa muito e que é fundamental quando pensamos os ambientes em que estamos inseridos, sejam eles institucionais, públicos ou privados, sejam os meios educacionais e culturais. Em outras oportunidades, falei sobre qual seria o perfil do Gestor de Conhecimento e o que seria a Curadoria de Conteúdos: quem faz e como faz.

Nesta oportunidade especificamente não me refiro à produção de Conhecimento.
Para mim, tal produção requer algo muito mais aprofundado do que a mera explicitação de conteúdo em ambiente web. Tais conteúdos são relevantes para a circulação de informação e ideias, num ambiente mais ágil que pode levar eventualmente seus consumidores e interlocutores à uma reflexão, que pode originar a produção de uma abordagem mais elaborada. Esta sim podendo ser considerada a produção de Conhecimento, que em geral, será comunicada a partir de artigos acadêmicos e/ou científicos, e que portanto, de maior fôlego para veículos próprios para isso e que alcançarão um público mais especializado e gabaritado para interação e divulgação na sociedade.

É preciso que se diga que o mundo em web oferece muitas possibilidades para a produção de conteúdo, muitos deles bastante relevantes, mas como não transformar nossa produção apenas em ruído? Como não permitir que tal produção de conteúdo signifique, apenas e tão somente, mais registros e informações que se convertem em infointoxicação, um excesso que apenas causa ruído e não favorece aquilo que chamamos de valor? Entropia.

Facilidade e imediaticidade tornam os conteúdos, muitas vezes, massivos, repetitivos e na maior parte das vezes muito raso. Muitos não chegam a dois ou três parágrafos mal desenvolvidos e/ou suportados por bons argumentos e consistência.

De tanto ver chego a conclusão que os conteúdos em ambiente web oferecem pelo menos três dimensões de produção e propagação. Seriam elas:

Primeira, a dimensão horizontal, que é aquela que ao produzir conteúdos busca-se em outros sites e portais mais informação. É um universo de produção onde se aglutinam informações sobre informações para deles extrair mais conteúdo. Em geral, esta dimensão procura, nos seus iguais, informações para ou contestá-las ou fortalecê-las aliando-se a elas. O esforço aqui é muito mais quantitativo e por aproximação. Mas na maior parte dos casos não representa um diálogo. Neste horizonte, se não se tomar os devidos cuidados, o que acabará ocorrendo é uma cópia simplificada e rasa, ou ainda pior: um plágio por pura preguiça ou má fé.
Neste universo, o produtor ao invés de inspirar-se nos conteúdos encontrados e mostrar outras abordagens, ou aprofundar os mesmos, simplesmente cola e copia.

Segunda, a dimensão vertical. Nela há um maior aprofundamento dentro de uma determinada linha temática. A verticalização aprofunda na medida em que esquadrinha, disseca e verticaliza cada uma de suas variáveis ou aspectos. Em geral, o recurso à verticalidade dentro de um site ou portal é aprofundar temas levantados de forma superficial na abordagem horizontal citada acima. Representa, em verdade, uma tentativa de adensar alguns aspectos onde a horizontalidade não permitiu.
Quando este exercício é bem executado a produção de conteúdo começa a ganhar consistência e valor. Aqui o produtor não é um mero reprodutor do que encontrou. Começa a buscar conexões possíveis e avança, ainda que em uma única direção.
O cuidado aqui é não tornar-se monotômico e falar SEMPRE DA MESMA COISA. Isso irá dar a sensação de que o produtor de conteúdo ao invés de ser um especialista é alguém com profundos receios e inseguranças, e que só é capaz de se movimentar dentro de um quadrado bem delimitado de ideias e concepções. Acabará por também limitar e circunscrever seus leitores, que diante de tantas ofertas migrará para outra parte por começar a achar que nunca há novidades e que sempre tem-se a impressão de já ter lido aquele conteúdo.
Note que aqui o conteúdo talvez seja mesmo bom, mas a monotomia oferecida fará com que o desinteresse passe a predominar e o valor deste conteúdo diminuirá cada vez mais.

E, por último temos a dimensão transversal, que é exatamente a busca de expandir ideias para além de suas fronteiras e encontrar em informações correlatas formas de ‘alargar’ conteúdos. Neste caso, entendo que uma ou mais linhas de verticalização serão cruzadas e expandidas em outras direções a partir de outros conteúdos produzidos por outros. Assim funciona de forma muito parecida com os recursos de hipertextos que usamos em várias circunstâncias.
Para a produção de conteúdos esta dimensão é que possui maiores chances de produzir conteúdos relevantes, interessantes e diversos.
Aqui o produtor de conteúdo mostrará ousadia e estará incessantemente se desafiando e desafiando seus leitores à novos horizontes e ideais. A imaginação e curiosidade serão seus maiores trunfos, tanto sua quanto de seus leitores. Sua imaginação criativa e curiosidade o lançarão há novos horizontes que o desafiarão a estudar e conhecer outros caminhos e possibilidades, de outro lado, a sua curiosidade o alimentará na mesma proporção que seus leitores serão incentivados à ela.
Atingir este ponto é altamente compensador e os resultados visíveis.

Esta estratificação permite que a informação seja produzida e trafegue por várias instâncias, e que em especial, atenda diferentes públicos e melhore seus objetivos. Apesar disso tudo, aflige-me a superficialidade que os tempos de web oferecem. Anteriormente esta produção tinha apenas um matiz que era a forma escrita. Rapidamente ganhou formatos de hipertextos e links, para seguir por outros formatos como os podcats, vídeos sua febre mais atual, as lives. Independente daquilo que seja seus meios ou suportes de veiculação, algumas perguntas necessitam ser feitas:

Não teríamos que ir mais longe e mais fundo?
Pode ser, mas como ir contra toda uma tradição onde o mundo é compartimentado em pequenos extratos e partes, a que se chama especialização?

O que se passa?

Este compartimento esquadrinhado que o “Saber” acabou nos colocando nos leva a um ponto de limitação. O grau de especialização tornou as pessoas muito mais suscetíveis a saberem cada vez mais de uma coisa só, e este é apenas um lado da questão.
De outro lado, e não menos importante, está a defesa desta compartimentação devido às inúmeras concepções sobre o que vem a ser conhecimento.

A produção de conteúdo objetiva sempre atender um determinado público, e este a cada dia é mais diversificado na mesma proporção em que é desatento. As pessoas, que em geral, são as receptoras destes conteúdos: basicamente planam sobre os temas que são de seu interesse quicando aqui e ali sem de fato se concentrar no que busca.

Há ainda os que definitivamente não sabem o que procurar. Simplesmente esperam lançar uma palavra e lá encontrar, tanto as perguntas quanto as respostas, mesmo que não sejam as suas.

Fico muito preocupada ao constatar que há uma massa monumental de pessoas que mesmo longe de áreas de formação, mas sim inseridas no mundo social, também acabam por preferir parcelas segmentadas de tudo. Um planar sobre tudo e uma real impossibilidade de seguir profundamente algo.

O ambiente web e todas as suas potencialidades deveriam fazer as pessoas conseguir ir mais longe, mais fundo e com muito menos fronteiras e limites. No entanto, o que vejo se configurando nesse ciberespaço é exatamente o contrário disso tudo. Talvez tenha sido essa a minha motivação de proposição: afinal porque está sendo cada vez mais difícil encontrarmos conteúdos relevantes? O que falta?
Porque será que cada vez mais as pessoas deixam de se importar e até preferem que os conteúdos sejam cada vez mais sintéticos, em nome de uma pressuposta objetividade?
É a irrelevância o maior objeto de consumo?

Mas Conhecimento não é consumo!
E aí temos um nó górdio. Nossa atual civilização se importa muito pouco com o Conhecimento. A informação massificada e generalizada à toque de uma ‘Goolgada’ leva as pessoas tanto a consumir como a produzir platitudes. A preguiça intelectual é generalizada e mantém conteúdos massificados, rasos e rápidos. As lives nos dias de hoje, tem sido um bom exemplo de platitude com pressa à mistura. A ânsia de achar que “inova” com uma resposta rápida para consumo imediato leva ao engodo de uma proliferação sem sentido e medíocre de lives para tudo e qualquer coisa. Cansam pela proposta rudimentar de repetir o mais do mesmo.

E ainda há a preguiça da produção de conteúdo de valor e original. A sociedade do copia e cola tem muitos problemas no que concerne a produção de ideias inéditas ou que ofereçam abordagens diversas das que estão em voga. Aí é muito comum nos deparamos com o pior que a produção de conteúdos pode conter: o plágio.

A questão de autoria na produção e valor do conteúdo

Atualmente a noção de autoria e produtor de conteúdo parecem confusas e se notarmos até a Lei de Direitos Autorais votada no Brasil em 1998 apresenta sérias confusões em relação a isso. Já que o produtor, em especial na web, faz isso com espírito de compartilhamento, doação em beneficio de uma “coisa pública”. Em geral, não está preocupado com a autoria porque acredita que essa é apenas uma variável entre muitas possibilidades.

Ou seja, de um lado há a ideia da generosidade de doação por parte de uns e a má fé irresponsável por parte de outros, onde deixa de creditar uma ideia, um pensamento e assim por diante.

Fica claro portanto, que há muitas interfaces a ser tomada em consideração na produção de conteúdo.

Mas produzir conteúdo não é tudo! Sou adepta de que é preciso produzir com qualidade.
Não consigo pensar na produção de conteúdo como sendo algo sem interesse, verticalidade e profundidade, ainda que para um post que integrará um portal ou um site ou mesmo uma live.

É óbvio que é necessário criar formas de registro simples, eficientes, acessíveis e -insisto neste ponto – altamente compartilháveis, seria uma solução. Mas por outro lado, e também muito importante, seria necessário mudar a atitude dos mortais em relação ao acesso a estes registros, estas informações, e desses conhecimentos gerados.

De um lado, teríamos uma atitude que deveria ir na direção de ser capaz de veicular informações sólidas, mas de forma acessível para que cada vez mais pessoas se interessem pela consistência. Aqui a questão de saber comunicar é fundamental. A magia está em tornar simples e palatável algo que definitivamente é profundo e complexo. A mediação aqui do produtor de conteúdo é fundamental. É dele a função de agregar valor ao que expõe. Fazendo isso produz-se um círculo virtuoso de valor e não um circulo vicioso de platitudes que não servem para quase nada.

O produtor de conteúdo tem que compreender que seu papel é comunicar ideias relevantes. Pode ser um eficiente mediador entre a circulação de informação e a produção de conhecimento.

Por isso, cada vez mais sinto falta do sentido de humanismo ao qual me filio e gosto de adotar, ou seja, esse sentido de que não se deve excluir nunca. Temos sim que comunicar e intercambiar áreas, saberes, perspectivas. Oferecer sempre portas para que mais descobertas se deem. Não cabe ao produtor de conteúdo a última palavra. Ele é apenas um veículo, um facilitador para que mais conteúdo seja produzido, ainda que seja na direção oposta à sua.

Este mundo segmentado, compartimentado e fechado em si não pode ir muito longe ou avançar a outros horizontes. Quando deixarmos ruir todos esses compartimentos e muros, erguidos por vaidade ou ignorância, aí sim o Conhecimento será definitivamente algo democrático de ser alcançado e sonhado por ampla parcela de pessoas e/ou organismos.

Como podemos ajudar?
Na ER Consultoria possuímos metodologia própria, conhecimentos testados e experiência prática para auxiliá-lo na melhor configuração de uma Arquitetura de Informação para o seu Portal Institucional ou mesmo em como proceder a produção e curadoria de conteúdos que de fato atinja seu público alvo.

Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer.

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Design de Informação para Portais Institucionais

Por Eliana Rezende e Lionel C. Bethancourt

“No começo, a internet era simples. Quando a conheci, nos começos de 1993 (trabalhando para a O’Reilly Global Network Navigator) havia somente um navegador para ver as páginas web, e ele funcionava exclusivamente na plataforma Unix. Existiam somente uns doze comandos que faziam tudo ser interessante. Desenhar uma página web era uma tarefa relativamente simples.
Não ficou simples por muito tempo.”

Niederst, Jennifer, “Web Design in a Nutshell”, 2001.

Aceitemos como fato, que toda informação moderna, ou é criada ou será digitalizada mais cedo ou mais tarde, para o espaço mais caro e inexistente da face da terra. Toda a informação histórica contida em documentos analógicos irá mudar para digital brevemente.

Quando lidamos com informação, muitas perguntas nos ocorrem, e as dúvidas subsequentes são de várias ordens.

Nosso mundo tecnológico, digitalizou-se de tal forma, que hoje a informação está em todo lugar, mas se não houver por parte de quem comunica uma intenção clara, tudo se perde, e ao final o resultado será apenas um grande ruído branco.

É preciso que se diga, que a informação é originada de dados, e que sem um objetivo, intenções bem definidas e disseminação eficiente, não resulta em praticamente nada.
Estas afirmações simples e prosaicas, nem sempre são entendidas, nem levadas a sério por aqueles que tratam a informação, ou a disponibilizam de alguma forma.

Há algumas décadas saímos dos registros e impressos analógicos para chegarmos a um mundo de bits, links e hiperlinks. E aqui os problemas começam.

Vejamos como as camadas de informação podem ser visualizadas no mundo WWW.

As Páginas da Internet, as webpages, são documentos, escritos basicamente, em código HTML (acrônimo para HyperText Markup Language). Tais documentos contêm, na sua forma mais simples: hipertextosbarras de navegação, imagens e links. Este código é exibido pelos navegadores de internet, browsers, em monitores de computador, telas de celulares e tablets. Apenas saiba que, dependendo de como ele seja mostrado, este código pode ser definido como estático ou dinâmico.

O que vemos quando abrimos um endereço web (URL), usando o famoso: www.etcetera-etcetera.com.br, é o resultado da somatória da arquitetura e do design de informação e a informação que o autor quer transmitir.
E a forma como ele deseja que você, o usuário/a, reaja àquelas informações.

Lembre que, a arquitetura define estrutura e o design define a forma da informação que vemos. Mesmo muito antes de saber que esse endereço específico existisse. Isto pode ser chamado de comunicação visual. No caso específico das páginas de internet, este é um processo que o autor, o desenvolvedor e o designer deveriam fazer juntos.
Um processo multidisciplinar!

Conteúdo, hierarquia e forma 
Um Portal de internet é, entre outras coisas, um conjunto de webpages criadas com o propósito específico de informar sobre um tema, produto ou serviço definido, separando-o dos seus parecidos ou semelhantes. Estas informações são, na maior parte das vezes, de propriedade/autoria do “dono do domínio”. Pois nada impede que existam páginas de avaliações ou opiniões, em blogs ou portais, além daquelas dos produtores ou donos da marca, serviço ou produto.

Na ER Consultoria, cada vez mais nos deparamos com os mesmos problemas ao analisar a criação e usabilidade de portais de clientes. Muitos se esquecem que, depois de lançados, os Portais precisam de cuidados constantes. Atualizações focais e atendimento aos clientes/usuários são diários ou, pelo menos, semanais. Alguém precisa se responsabilizar pelas atualizações e a intermediação com os clientes e usuários.

Veja os elementos que consegue identificar nos portais; arte, comunicação, administração, lógica, e por ai vai. Imagine fazer portais com somente um desses elementos.
Agora imagine fazer seu portal com um desses elementos faltando!
 
Independente de qual for a ferramenta utilizada para desenvolver e montar seu portal, ele deverá obedecer certos critérios para poder atingir seus objetivos.
São estes critérios que fazem a diferença.
Aqui entramos no universo o qual chamamos de design de informação

Em geral, as pessoas se esquecem que todo o conjunto de informações possui pelo menos duas partes.
Uma que é interna e que exige uma diagramação que favorecerá as conexões entre os dados, para que estes façam sentido e possam ser lidos e interpretados por um público alvo.
E outra externa, o público-alvo ao qual as informações se dirigem e que procuram de forma muito diferente dos padrões do programador.

É esta linha tênue que deixa de ser respeitada e que, apesar de transcorridas tantas décadas, encontramos sites e portais que nada nos dizem, vazios de forma e conteúdo, recheados apenas e tão somente de pequenas pirotecnias de programação e cores.

Pode ocorrer também outra situação ainda pior para o design de informação: ainda que a informação exista, que haja competência técnica por parte de quem alimenta os bancos de dados, e que sejam ricos em possibilidades, o mau design simplesmente tornará tudo submerso e opaco.
A página torna-se estéril, desinteressante e muda.

São páginas que precisam de tutoriais, manuais, para poder ser utilizadas, num universo visual, econômico e restrito. Um universo onde as imagens valem mais que mil palavras, se não gostamos das imagens, não leremos nenhuma delas.

Conteúdo
Aqui é o ponto nevrálgico e a razão de ser de seu site ou Portal. Se você não sabe exatamente o que quer, como quer, para quem e porque, deixe para outra ocasião! Neste ponto, insistimos muito que é fundamental grandes conversas para alinhar objetivos.
Aqui sempre fazemos o cliente entender o que de fato precisa fazer para que suas metas sejam alcançadas.

Consideramos que é muito importante que, se seu site ou portal for de conteúdo, consultorias e afins, ele precisa ter solidez, consistência. Por outro lado, se você está oferecendo um produto ou serviço, não confunda seu cliente gerando voltas imensas e desnecessárias.

Tudo o que estiver no seu site ou portal tem que fazer sentido e dirigir-se ao seu público alvo de forma clara, sem rodeios.

A Informação precisa ser visualmente agradável, ao ponto de incentivar a navegação e consequentes descobertas quer a usuários comuns, quer a pesquisadores ou técnicos. O que significa dizer, que um único template usado para diferentes portais ou sites não oferecem os requisitos acima colocados.

Como podemos ajudar?
Na ER Consultoria possuímos metodologia própria, conhecimentos testados e experiência prática para auxiliá-lo na elaboração do Design de Informação para Portais Institucionais que de fato atinjam seu público alvo.

Entre em contato pela nossa página ou pelo e-mail para assessoria técnica na construção do seu Portal Corporativo de acordo com suas demandas ou da sua instituição. E com o benefício de poder escolher se ela será em português, inglês ou espanhol.

Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer

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Referências

Tipos de Portais, in WGabriel, “Tipos de Portais”, http://wgabriel.net/arquitetura-da-informacao-e-webwriting/tipos-de-portais-web/, acessada em 10/10/2017.
Enciclopedia de Clasificaciones (2017). “Tipos de páginas web”. Recuperado de: http://www.tiposde.org/internet/172-tipos-de-paginas-web/, acessada em 10/10/2017.
Rosenfeld, L. e Morville, P., Information Architecture for the World Wide Web, OReilly, 1998.
Nielsen, J. e Tahir, M., Homepage usability, New Riders, 2001.
Nielsen, J., Designing Web Usability, New Riders, 1999.
Niederst, J., Web Design in a Nutshell, Second Edition, O’Reilly, 2001.
Design de Informação: O que é e para quê serve?, acessado em 22/10/2017
e mais outros…

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Encontro Nacional de Memoriais do Ministério Público

Por: Eliana Rezende

Entre os dias 27 e 28 de julho de 2017, na Sede do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) ocorreu o VIII Encontro Nacional de Memoriais do Ministério Público com o objetivo de compartilhar informações e trocar experiências entre profissionais e instituições ligados às áreas de documentação e memória.

O evento procurou apresentar práticas e experiências atuais desenvolvidas em diferentes instituições e que interessam diretamente à centros de memória. Na ocasião ocorreram palestras proferidas por profissionais reconhecidos em diferentes áreas de conhecimento, dentre os quais tive a honra de ser a responsável pela Conferência de Abertura.

A Conferência foi intitulada: “Centros de Documentação e Memória: Espaços de Preservação e Salvaguarda de Patrimônio Documental e Identidade Institucional“, e que pode ser assistida em sua integra abaixo, tocou em aspectos práticos e metodológicos relacionados à Centros de Documentação e Memória, além de suas relações com a transparência administrativa, gestão documental, organização e acesso à informação com vistas à produção de conhecimento.

Confira a conferência na íntegra clicando na imagem abaixo:

A ER Consultoria pode ajudá-lo em Projetos para Memória Institucional ou Implantação de Centros de Documentação.

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Memórias Digitais em busca da Eternidade

Por: Eliana Rezende

De novo a questão das obsolescências e permanências.
A crescente demanda por informação e acesso tem imposto alguns limites e soluções precisam ser buscadas.
Como não perder tudo o que se produz? Como e onde armazenar? Para quê e para quem? Com quais finalidades? E com quais custos?
São muitas as perguntas!

Creio que a partir do momento que tais tais questões e reivindicações surgem é de fato um progresso interessante.
Além disso, destaco mais dois outros pontos importantes: a busca por um direito de acesso à informação e de outro o exercício de transparência e cidadania em suas múltiplas esferas.

Diriam alguns que Tecnologia da Informação é um eterno reinventar, por que existe a barreira das leis da física. Noves fora isso, o restante é com o departamento de marketing.
Mas será?
Poria outros dois mais: o financeiro que destina recursos, e porque não a preservação de documentos para o futuro?

Como historiadora, um dos principais obstáculos que temos é a garantia de acesso a documentos através do tempo. A longa duração para historia pode significar a eternidade, já para a tecnologia ela representa tão somente casas que vão abaixo dos dois dígitos e que ficam em torno de 3 ou 5 anos. A conta não fecha!
Haja visto a quantidade, por exemplo, de links e arquivos digitais que se perdem todos os dias. Somos a geração que mais produz informações em toda a história da humanidade, mas também a que mais perde.

Já convivo nos dias atuais com perdas irreversíveis e isso vale tanto para suportes físicos quanto digitais. Por isso, a minha preocupação sempre presente com a preservação documental sob vários aspectos: sem ela teremos vácuos impossíveis de serem recuperados pelas sociedades futuras.

Um exemplo interessante é o caso do Livro do Apocalipse, de William o Conquistador, escrito em couro no ano de 1086. Sobreviveu por 900 anos, chegando até nós. Mas uma versão digitalizada da obra, gravada em 1986, não pode mais ser lida em 2006, apenas 20 anos depois.
Seria cômico, se não fosse trágico!

E os problemas se multiplicam quando pensamos na quantidade imensa de Bibliotecas Digitais que são formadas e que poderão facilmente estar perdidas para sempre.

E em relação a Portais institucionais, sites e blogs temos sérios problemas.
Uma massa imensa do que produzimos nasce, vive e se desenvolve em meios digitais. É editado, alterado e recortado nestes meios e posso assegurar que ninguém se preocupa com suas versões anteriores.
Mas onde estão mesmo estas versões?
Quem era esta instituição em sua primeira versão de Portal ou Site?

Ninguém sabe ou saberá…

Não consigo compreender como ninguém possa estar preocupado com as inúmeras páginas de conteúdo que desaparecem quase que na mesma velocidade em que são produzidas. Até 2020, segundo expectativas, teremos produzidos 44 zetabytes de informações.
Para se ter uma ideia, 1 zetabyte equivale a 2.000.000  de anos de música!

A despreocupação vale para conversas em redes e imagens… muitas imagens.
Ninguém registra estas correspondências ordinárias e nem seu movimentado alfabeto de construção. Séculos adiante não teremos como saber as formas de registros coloquiais que nossa geração produziu. Léxicos e formas de expressão estarão para sempre perdidos. Provavelmente ainda teremos hieróglifos egípcios e as tábuas de argila mesopotâmicas e nada sobre nossas comunicação rápida digital.

Inventamos a internet para ser apagados por ela! Não deixaremos sequer rastros.
O descarte imediato de tudo leva-nos para um não lugar. Um espaço virtual, sem forma e vazio.
Não daremos aos nossos descendentes a possibilidade de conhecer nossos pensamentos por registros cotidianos, que antes eram tão bem feitos por diários, cartas e outros tipos de registros.

Há ainda os textos e hipertextos, numa leitura que há muito deixou de ser linear. Perderemos conteúdos e as leituras hiperlinkadas que cada texto produziu.

Enfim, nosso presente é editado e recortado com desprezo incondicional por sua gênese.

O mesmo ocorre com muitos manuscritos ficcionais e obras literárias várias.
O tempo dos manuscritos editados à mão pelo artista não existem mais e assim, muito de seu processo criativo se perde. As versões editadas e limpas chegam sempre às editoras sem o rastro dos caminhos de uma escrita.
Esta ausência inviabilizaria uma publicação como a que ocorreu com Mário de Andrade, que recentemente teve uma edição da obra e seus manuscritos. Uma riqueza documental propiciada por originais, cartas, rascunhos e tão belamente trabalhados no IEB/USP.

A situação é tão inquietante que no Reino Unido estão fazendo a solicitação para que escritores entreguem seus computadores antigos ao invés de os jogarem fora para a British Library e, utilizando-se de programas de investigação forense e perícia reconstituem por metadados tais caminhos criativos de grandes autores.
Uma tarefa que aos poucos também me parece inviável, já que seria um forma de arqueologia digital (manter computador, software e hardware), e fazer a manutenção disso no tempo, também não me parece razoável e nem possível.

O mesmo vale para importantes pesquisas científicas  publicadas. Temos sempre um artigo limpo e editado e nunca os caminhos rascunhados, desenhados, arquitetados e editados, percorridos.

Sorte teremos se daqui a 100 anos o artigo final esteja preservado!

O valor destes manuscritos são fáceis de ser mensurados quando pensamos em Isaac Newton, Albert Einstein, Leonardo Da Vinci. Que seria de nós se apenas tivéssemos sua última versão?
Sem sabermos suas indecisões e por onde andaram seus pensamentos e invenções? É deste trajeto que me refiro quando falo em processo criativo deletado dia a dia.

Um exemplo bem acabado do que cito foi que cinco séculos após a morte de Leonardo Da Vinci cientistas italianos conseguiram interpretar seu projeto para um carro, e recriá-lo a partir de suas anotações. A invenção é considerada um precursor do automóvel moderno. Conheça-o clicando na imagem:


Óbvio está que não poderemos, a bem da sanidade, preservar “tudo” o que se produz. Mas há que haver políticas que visem a preservação digital de nossa produção social, cultural, intelectual e científica. Não se pode tolerar a ideia de que séculos adiante, igual aos Maias, seremos reconhecidos como aqueles que não deixaram herança aos seus descendentes.

É aqui que entra uma das minhas maiores motivações profissionais: ajudar a salvar do esquecimento e da obsolescência, os vestígios de nossa civilização.  As instituições precisam se dar conta que NECESSITAM de uma política de preservação digital, tanto quanto de ferramentas para produção e uso de informação no agora. Não terá valido de nada tudo o que uma organização, pessoa, instituição ou sociedade criou se não for capaz de preservar isso para o futuro.

Imagino que duas coisas são fundamentais: uma reconhecer que temos tantos problemas quanto produção massiva de informação. Outra, que apesar de tudo não precisamos abrir mão de tudo e entrar num desânimo pessimista.

Políticas sérias de preservação digital, com um olhar que vá bem além do horizonte imediato, podem minimizar problemas. É um caminho que requer planejamento e investimento em recursos (tempo, dinheiro e pessoal).
Possível e viável, desde que planejado e desejado.

Se você se encontra neste difícil entroncamento, consulte-nos. Auxiliaremos a encontrar uma Solução que lhe dê acesso à informação, mas ao mesmo tempo tome em conta políticas de preservação digital e da informação contida em diferentes documentos e suportes.

Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer.

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* Versão atualizada e revisada de post publicado originalmente no meu  Blog Pensados a Tinta

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Gestão Documental para Racionalidade e Transparência Administrativa

Por Eliana Rezende

Uma grande dúvida que surge para todos é o que é afinal Gestão Documental (GD) e como esta se relaciona com transparência e racionalidade administrativa.

Como é uma área abrangente, considero importante esclarecer a mesma, a forma que é vista e em qual perspectiva atuo.

Duas coisas importantes em relação a Gestão Documental:

  1. Gestão Documental não pode ser confundida com ECM/GED – esta é apenas uma ferramenta dentro de todo o universo que representa a Gestão Documental. É um conjunto de tecnologias utilizadas para organização da informação não-estruturada de um órgão ou entidade, que pode ser dividido nas seguintes funcionalidades: captura, gerenciamento, armazenamento e distribuição.Entende-se por informação não-estruturada aquela que não está armazenada em banco de dados, tal como mensagem de correio eletrônico, arquivo de texto, imagem ou som, planilhas, etc.
    O GED engloba tecnologias de digitalização, automação de fluxos de trabalho (workflow), processamento de formulários, indexação, gestão de documentos, repositórios, entre outras.
    ECM (Enterprise Content Management) são as estratégias, métodos e ferramentas utilizadas para capturar, gerenciar, armazenar, preservar e oferecer conteúdo e documentos relacionados com processos organizacionais.
  2. Gestão Documental envolve a elaboração de normas e procedimentos que permitam a guarda de documentos em seus diferentes suportes (papel, micrográfico, digital) de acordo com seus prazos estabelecidos pela legislação vigente.Compreendida por todas as etapas e procedimentos técnicos que envolvem desde a elaboração, trâmite, guarda ou eliminação de documentos até as rotinas que visem sua preservação e conservação com o objetivo de fornecer as informações que estes possuam tanto como elemento de prova, como para a produção de conhecimento, inovação, e o fortalecimento de Identidades calcadas em Memórias Sociais, Culturais ou Institucionais. Neste último caso, aí sim temos o que se chama Preservação de Patrimônio Documental ou para outros Institucional (numa acepção mais ampla).
    Daí que a Gestão Documental é essencial no planejamento de qualquer empresa, porte e ramo de atividade para não manter documentos sem necessidade, por prazos inferiores ou superiores às suas necessidades, além de trazer contribuição para maior racionalidade de recursos humanos, tecnológicos e financeiros e maior transparência administrativa em setores públicos e/ou privados.

Amparada pela Legislação Federal, a Gestão Documental é definida no texto da Lei Nº 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991

 “Art. 3º – Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente”.

Como forma de mostrar sua importância nas instituições e com especial atenção nos setores públicos, deixo esta apresentação. Nela procuro mostrar sua importância, objetivos e alcance.

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Gestão Documental – racionalidade e transparência administrativa from Eliana Rezende

A Gestão Documental sob minha ótica e de vários outros profissionais atuantes é sistêmica e um meio eficaz para exercitar a interdisciplinaridade, já que a comunicação entre diferentes áreas é fundamental numa perspectiva desta monta. 

As discussões entre Gestão Documental e utilização de ferramentas tecnológicas, bem como estratégias híbridas com vistas à preservação e conservação documental seguem em outros posts linkados abaixo.   

Como podemos ajudar?
Na ER Consultoria possuímos metodologia própria, conhecimentos testados e experiência prática para auxiliá-lo na melhor configuração de um Projeto de Gestão Documental.

Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer.

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Publicado Originalmente no Blog Pensados a Tinta

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