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Profissionais na maturidade como ativo organizacional

Por: Eliana Rezende

Tempos atrás lia sobre como o cérebro de meia-idade pode ganhar habilidade surpreendentes conforme envelhecemos, mas isso não ocorre para todos. Apesar disso, uma ressalva: só quem sempre manteve hábitos saudáveis e vida intelectual ativa conseguem essa tão desejada superativação.

O cérebro parece escolher dar menos atenção ao lado ruim da vida.

Há nisso mais inteligência e sabedoria do que um cérebro jovem talvez seja capaz de perceber.
Acho fantástica essa perspectiva que a vida, o tempo, nossos neurônios e toda essa composição podem oferecer a nosso intelecto e a nossa essência.

O tema sempre encontra eco: até porque todos os que se mantém com atividades sentem essa forma que a vida encontra para dar-nos dias ao mesmo tempo em que o intelecto deixa de competir com o físico, e descobrimos que apesar das marcas da vida, a sabedoria dos anos nos faz bem melhores.

Dá-nos um certo apaziguamento da alma saber que crescer em anos não significa necessariamente perder!

Esse raciocínio nos dá uma outra perspectiva de vida. Afinal, vivemos em um mundo tão voltado para o exterior e para as aparências que imaginar que os anos nos trarão maiores e melhores condições para nos relacionarmos com nossas ideias parece ser mesmo uma grande vantagem. Uma sociedade que luta constantemente para manter a juventude, lida mal com a passagem do tempo.

No decurso de minha experiência profissional, lidando muitas vezes com a coleta de depoimentos em Projetos de Memória Institucional, recebo inúmeros relatos de pessoas que se sentem aos 60, 70, 80 e até 90 anos com mais vigor mental e intelectual do que anteriormente nas suas existências. Pense Oscar Niemeyer.

A juventude, por mais irônico que pareça, traz mais sobressaltos e inquietações.

Daí pensarmos a relação íntima e altamente produtiva entre senescência e conhecimento. O casamento de ambos traz às organizações possibilidades incríveis e trazem às mesmas o que se chama de capital intelectual nas organizações.

Conheça um pouco sobre um e outro:

Em geral muitos descobrem, por exemplo, que a escrita ou produção intelectual neste momento da existência encontra poder criativo muito maior e que há agilidade de ideias: a alma liberta-se e todos ganham.

O repertório que trazemos conosco não envelhece jamais.
Estamos sempre recriando e renovando: mesmo que sejam ideias antigas, pois o olhar de hoje carrega outras experiências que no momento anterior não tínhamos.
Ter essa perspectiva liberta e mostra que o tempo é mesmo um grande aliado de nossas existências, e que o corpo é apenas um invólucro que carrega nosso verdadeiro tesouro.

Fantástico ter a exata noção de que, tal como um músculo, o cérebro quando exercitado, nunca deixa de responder. E que o tempo aliado às experiências vividas e experimentadas podem fornecer conexões muito mais certeiras do que as que ocorrem nos jovens: já que estes contam apenas com o que lhes é extrínseco. Ainda aprenderão a transformar vivências em experiência.

São de fato, os artifícios que o tempo e a existência nos oferecem e brindam.

Importante pensar o tempo não como uma caminho de perdas! Pode e deve ser um caminho de libertação, já que maduros deixamos as inseguranças e inexperiências próprias da juventude para trás.
Ganhamos a possibilidade de aliarmos experiência com ação. E isso cá entre nós é o caminho para alargamento do espírito!

E isso que as instituições precisam e devem perceber. Nossa sociedade está envelhecendo e manter-se-á muito mais tempo em período de maturidade do que o seu contrário. Vale a pena redimensionar conceitos e valores. Só assim este beneficio se estenderá à pessoas, organizações e sociedades.

De tudo, o que sei é que importa bem pouco qual seja o artifício dos neurônios em festa e confraternização outonal: o que conta mesmo é que não estejam em fuga como tantos profetizavam.

Com isso as passagens das cifras numéricas que insistimos em chamar de anos sejam apenas e tão somente cifras, e para o bem de todos descobrimos que é bom “ler” o mundo com todos os nossos neurônios mais maduros e sensíveis.
São flores e frutos do outono de nossas existências!

A passagem do tempo pode fazer muito mais do que trazer linhas de expressão: vincam a alma e nos talham. Nos lapidam para melhorar.
Oxalá seja sempre assim!

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* Publicado originalmente no Blog Pensados a Tinta

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O valor da Memória Institucional no Universo Organizacional

Por: Eliana Rezende

Em outro post procurei explicar minha abordagem para Gestão Documental e sua importância no universo institucional.

Nesta oportunidade, gostaria de introduzir o tema Memória Institucional, sua importância no universo corporativo e de que forma a vejo e proponho.

O tema Memória Institucional é extenso e possui pontos de contato com diferentes temas. Por isso, optei por tratar cada um deles num formato que denominei de “pílulas” e que se distribuirão num decurso de várias postagens. Acho que isso facilitará sua abordagem e imprimirá sentido para os que começam a se debruçar sobre este tema.


Como introdução, diria que a Memória Institucional necessita de um trabalho interdisciplinar e que tem na informação sua principal matéria-prima. Estas informações precisarão ser resgatadas, organizadas para depois poderem ser disponibilizadas. De acordo com isto, é fundamental ser pensada de forma sistêmica. Com a observância de princípios metodológicos oriundos da arquivística, como garantia de que o caráter histórico, probatório ou de patrimônio cultural-documental, seja preservado às gerações futuras e de fato se consolide como uma Identidade Institucional. Escrito por: Eliana Rezende, Janeiro/2012.

Se você notou, em apenas um parágrafo vários termos técnicos e específicos surgem e necessitam ser melhor desenvolvidos. Daí a opção por “pílulas explicativas” e posteriores em torno dos temas que essa abordagem representa.

Portanto, fique de olho!

A Memória Institucional pode, e deve ser compreendida, como um meio eficaz para a manutenção da informação com vistas à gestão organizacional. É uma ferramenta eficiente para a tomada de decisões estratégicas e colabora para a geração de inovação e produção de conhecimento, ajudando a criar uma identidade para a instituição, seja ela do ramo social, cultural ou empresarial.

Neste sentido, é uma área com contribuição interdisciplinar com vistas ao trânsito informacional e à comunicação no interior das instituições.

A necessidade de abordar este tema se dá porque recentemente muitas empresas começaram a investir em suas memórias institucionais e rapidamente encantaram-se por projetos que, muitas vezes, deixam de ter a visão e a perspectiva adequada.

Num jargão, são “vendidos como perfumaria”, sem uma reflexão sobre a importância e o papel destas memórias na constituição da identidade institucional.

Essas empresas são seduzidas, muitas vezes, por produtos muito mais relacionados à imagem de marketing e voltam-se para exposições, livros comemorativos e linhas de tempo. Isso porque não há uma problematização consistente, que relacione a instituição ao seu tempo e ao seu meio social e cultural. O cuidado nesse ponto é fundamental.

Diante disto, que caminho seguir?

Como extrair deste trabalho o melhor?

Como pensar em um Projeto de Memória Institucional?

Todos serão temas que abordarei. 

Uma conversa com vários posts: espero por vocês!

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