Por: Lionel Bethancourt

A Arquitetura de Informação é fundamental quando queremos comunicar ideias e informações. Mas em geral, as pessoas e instituições esquecem-se completamente disso quando elaboram seus Portais Institucionais.

Observe:

O span de atenção do usuário é miticamente curto. Imagine um usuário tentando entender e, ao mesmo tempo ler, o que está escrito na sua página. Antes da página carregar totalmente, ele já saiu apertando somente um botão! Não importa o quão importante seja a sua mensagem, serviço ou produto.

Para Krug (2000): “Quando desenhamos uma página web, faz todo sentido imaginarmos um usuário racional e atento. É natural assumir que todos usem a internet da mesma forma como a usamos. E, como todo mundo, pensamos que nosso comportamento seja mais ordenado e sensível do que realmente é.”

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O que é Arquitetura de Informação?
Arquitetura de informação (AI) é ordem e sentido.
Os ‘loci informacionais’ (Oliveira, 2016) onde as informações digitais são assentadas. Esta estrutura, e sua repetição, faz com que as informações sejam mais fáceis de serem compreendidas. E que varias informações, diferentes mas relacionadas, possam ser aproveitadas ao mesmo tempo sem causar confusão ao usuário.
Ou, o que é muito pior: frustração.

Würman a define como: “a emergente ocupação profissional do século XXI que aborda as necessidades da Era, focada na clareza, na compreensão humana e na ciência da informação”.

O objetivo principal do arquiteto de informação é:
Definir a missão e visão para o portal, equilibrando entre as necessidades da organização e àquelas da audiência.
Determinar quais conteúdos e funcionalidades haverá no portal.
Especificar como os usuários encontrarão a informação no portal, definindo sua organização, navegação, nomenclatura e sistemas de busca.
Mapear como o portal irá acomodar mudança e crescimento.

Pode parecer óbvio, mas a Arquitetura de Informação é sobre o que não é óbvio. Os usuários somente percebem a Arquitetura de Informação quando ela não funciona, ou seja, quando os objetivos não são alcançados ou quando problemas surgem. Contudo, quando ela funciona, imediatamente o atribuímos a qualquer outro elemento (gráficos, sistema de busca, et-cetera), e não ao trabalho bem executado do Arquiteto de Informação. Não há uma descrição adequada para os componentes intangíveis que constituem a arquitetura na web page.

De fato, se a Arquitetura de Informação pode ser descrita como uma disciplina, ela não será uma disciplina com limites definidos (Batley, 2007).

Os elementos da Arquitetura de Informação são: sistemas de navegação, sistemas de nomenclatura, sistemas de organização, indexação, métodos de pesquisa e metáfora. Estes elementos são difíceis de mensurar e por isso mais difíceis de comparar. Mas, uma vez em funcionamento eles se transformam em ecossistemas. “Onde contextos e meios estão tão fortemente interconectados que nenhum elemento único pode se destacar como uma entidade isolada” (Morville, 2014).

O arquiteto de informação deve ter que identificar tanto os objetivos do portal, quanto as informações sobre, e com, o qual será construído. Muitos designers esquecem, por exemplo, que espaços brancos são componentes tão importantes quanto qualquer outro componente da página.

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Organizando a Informação
Nosso conhecimento do mundo depende muito da nossa habilidade de organizar a informação. Organizamos para entender, explicar e controlar. (Krug, 2000)
A Arquitetura de Informação, muito como a biblioteconomia, organiza a informação para que as pessoas possam encontrar as respostas certas às suas perguntas. E a internet nos brinda com um ambiente muito mais flexível onde a organizar.

A tarefa que antes era própria dos bibliotecários, a força descentralizadora da internet obriga a cada um de nós, hoje.
Como nomear conteúdo? Existe algum sistema de busca que possamos emprestar? Quem catalogará toda essa informação? Isso foi serviço unicamente de bibliotecários, antigamente, hoje todos fazemos.
Uns mais, outros muito menos.

Devemos também levar em consideração que, por mais etéreas e fugazes que sejam as web pages num portal, elas, por definição (informação + suporte = documento) são documentos (Rezende, 2007). E, tanto quanto na Gestão Documental, estamos atrás de racionalidade e transparência administrativa.

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Apesar disso, organizar informações não é assim tão fácil, não. Por exemplo; cada um de nós temos nossa própria versão sobre quase qualquer tema. Fazer com que (quase) entendamos o mesmo, enquanto as alternativas incluem formas, cor, som e movimentos é extenuante. Sempre haverá uma outra forma de explicar a mesma coisa.
Hierarquia, conteúdo e forma, um tripé fundamental quando pensamos em Arquitetura de Informação.

Depois de tanta organização e sistemas disto e daquilo, o único elemento da Arquitetura de Informação que sobra é a metáfora.
Apesar que a web é muito diferente da televisão, perceba como termos da última são usados na primeira. A metáfora é a ferramenta usada para mostrar conceitos novos como situações familiares (Nielsen, 2000). Para comunicar ideias complexas e gerar entusiasmo (Rosenfeld, 1998). É executada quando seu portal ensina, explica ou surpreende usando “degraus” que levam o usuário do ponto A até o ponto X que seu portal quer.

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Crédito de Imagem: Equilíbrio – Lionel Bethancourt

Uma vez resolvidos todos estes elementos; selecionar, indexar e hierarquizar a informação, escolhido os sistemas de busca e traduzidos os conceitos à linguagem reconhecida pelo usuário, sua arquitetura de informação estará disponível.
É  somente a partir deste momento que o Design de Informação terá melhores condições de desenvolver um projeto visual.

Nunca esqueça que o arquiteto de informação trabalha para melhorar (moldando, adequando) o conteúdo do cliente, junto com os desenvolvedores e designers, para facilitar a transmissão de informação e conceitos novos e, finalmente, para que o usuário se sinta tranquilo e consiga entender as informações contidas no portal.
Usualmente visitamos e voltamos a visitar portais que achamos úteis.

Resumindo, Arquitetura da Informação é sobre entender e transmitir, com eficiência e eficácia, a ideia geral do portal e seu contexto.

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Como podemos ajudar?
Na ER Consultoria possuímos metodologia própria, conhecimentos testados e experiência prática para auxiliá-lo na melhor configuração de uma Arquitetura de Informação para o seu Portal Institucional que de fato atinja seu público alvo.

Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer

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Referências:
Rezende, E. e Bethancourt, L., Design de Informação: O que é e para quê serve?, acessado em 22/10/2017
Enciclopedia de Clasificaciones (2017). “Tipos de páginas web”. Recuperado de: http://www.tiposde.org/internet/172-tipos-de-paginas-web/, acessada em 10/10/2017
Goto, K. & Cotler, E., Web ReDesign | Workflow that Works, New Riders, 2001.
Krug, S., Don’t Make Me Think! – A common sense approach to web usability, New Riders/Circle.com Library, 2000.
Nielsen, J. e Tahir, M., Homepage usability, New Riders, 2001.
Nielsen, J., Designing Web Usability, New Riders, 1999.
Niederst, J., Web Design in a Nutshell, Second Edition, O’Reilly, 2001.
Oliveira, H.P., Arquitetura de Informação Pervasiva, 2015. e-book
Rosenfeld, L. e Morville, P., Information Architecture for the World Wide Web, OReilly, 1998.
Tipos de Portais, in WGabriel, “Tipos de Portais”, http://wgabriel.net/arquitetura-da-informacao-e-webwriting/tipos-de-portais-web/, acessada em 10/10/2017.
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Bônus
Preste atenção pois vai precisar saber:
Pervasibidade: Capacidade ou tendência a propagar-se, infiltrar-se, difundir-se total ou inteiramente através de vários meios, canais, sistemas, tecnologia, etc.

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